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quarta-feira, 25 de março de 2009

TI Verde

Motivo de piada para quem não é da área, e até mesmo para quem é, o termo “TI Verde” tem gerado grande polêmica, e porque não dizer grande curiosidade por parte de todos que acompanham as “modas” da tecnologia.

Mas o grande problema começa com essa palavra “modas”. Querendo estar sempre por dentro dos aparatos tecnológicos, vulgos gadgets, os consumidores comuns estão sempre trocando seus aparelhos, seus desktops e laptops para terem sempre a mão tecnologia de ponta.
O mesmo acontece com as organizações, que para acompanhar a evolução tecnológica e se manterem sempre atualizadas, acabam tendo que seguir o modismo da tecnologia e não pensão que fim terão todos os equipamentos que não lhe terão mais serventia, os chamados “e-waster” (lixo eletrônico).

Segundo pesquisas da IDC, no passado foram vendidos cerca de 6 milhões de desktops no Brasil. O País, até 2007, ocupava a terceira posição no mundo em unidades vendidas. Mas, onde esses e-wasters vão parar? Qual o impacto eles causam no meio ambiente?

“Se nada mudar, uma parte significativa desses equipamentos vai estar em aterros, dividindo espaço com monitores aposentados, tocadores de MP3 ou celulares. Eles farão companhia aos produtos eletrônicos produzido no início da década de noventa, formando toneladas do chamado 'e-waste'” (CHEROBINO,2007).

Analisando esse fim, teríamos duas soluções óbvias: ou colocarmos esses e-wasters num aterro (até quando tivermos espaço para isso), onde eles levarão milhares de anos para se decompor, e devido as substâncias tóxicas utilizadas na fabricação desses equipamentos (como mercúrio e chumbo) contaminando o solo, os lençóis freáticos e causando doenças para que vive nas proximidades desses aterros e lixões; ou, como uma alternativa mais rápida, incineramos os e-wasters, solução também nada sustentável. Além de colocar diversos gases poluentes na atmosfera, como os altamente tóxicos e cancerígenos PAH (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), a prática também culmina com problemas relacionados ao combustível gasto para a realização da queima.

A onda da TI Verde resume-se em seguir a filosofia de uma estratégia auto-sustentável para utilização dos recursos da TI. Segundo toda a beleza da filosofia, eu definira a TI Verde como uma preocupação corporativa global, que encontra-se em crescimento e que está influenciando os executivos que investem em tecnologia em suas decisões de compra de produtos de TI.

Levando-se em consideração, que a preocupação com a preservação ambiental é algo que tem crescido significativamente a cada dia, a preocupação da TI com o meio ambiente é algo de bastante relevância e de grande impacto mundial.
É algo consideravelmente bonito de se ler, e se esse fosse o verdadeiro motivo pelo qual grande parte das empresas tem investido hoje em TI Verde, eu me orgulharia muito mais do mercado pelo qual eu luto e no qual eu fico tão extasiada diante da beleza das soluções tecnológicas.

Mas o fato, é que a motivação primordial para a adoção da TI Verde pelas empresas hoje é a econômica. As organizações podem lucrar ao empregar processos mais benignos ao meio ambiente, como redução de lixo ou reciclagem e redução do consumo energético, reduzindo os custos operacionais.

Devido aos visíveis benefícios que a TI Verde pode trazer, ela é hoje muito abordada pelos CIOs (Chief Information Officer) em debates, discursos, conversas, principalmente com a iminência da crise energética mundial.

Acredito que o mais importante para que essa iniciativa dê certo, é que as empresas possam ver além do seu bolso, e investir em algo que lhes é de benefício próprio. Não financeiramente falando, mas analisando sob a perspectiva de que tudo que fazemos ao meio ambiente nos é retornado. A conscientização é o primeiro passo.

“Participar das ações de sustentabilidade e criar projetos de preservação para outras áreas são iniciativas que geram grande visibilidade à carreira do CIO dentro e fora da companhia”(GANDOLPHO, 2008).
O importante é que a TI VERDE seja uma bandeira a ser levantada pelas empresas.



REFERÊNCIAS


B2B Magazine. IBM implanta conceito de TI verde nos clientes. Disponível em: http://www.b2bmagazine.com.br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=22&id_noticia=21957&nome=&descricao=&foto=&colunista=1&pg=. Acessado em: 21 de março de 2009.

CHEROBINO, Vinicius. TI Verde: Como reduzir gasto de energia e residuous em PCs? 2007. Disponível em: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2007/03/29/idgnoticia.2007-03-29.9273502303/.

CIO. TI Verde é prioridade para 70% das organizações da AL. Disponível em: http://cio.uol.com.br/tecnologia/2009/03/19/ti-verde-e-prioridade-para-70-das-organizacoes-da-al/. Acessado em: 21 de março de 2009.

Computerworld. IDC avalia a inserção de TI Verde na América Latina. Disponível em: http://computerworld.uol.com.br/gestao/999/12/31/idc-avalia-insercao-de-ti-verde-na-america-latina/. Acessado em: 20 de março de 2009.

GANDOLPHO, Cibele. Muito além da TI Verde. 2008. Disponível em: http://info.abril.com.br/corporate/ti-verde/muito-alem-da-ti-verde.shtml. Acessado em: 24 de março de 2009.

Info. TI Verde será revolução maior que Web. Disponível em: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/052007/15052007-11.shl. Acessado em: 20 de março de 2009.

JUNQUEIRA, Rafael. O Conceito de TI Verde. 2008. Disponível em: http://blender3dcarioca.wordpress.com/2008/12/06/o-conceito-de-ti-verde/. Acessado em: 22 de março de 2009.

SENNA, Michelle. Reduza os custos com a TI Verde. 2008. Disponível em: http://www.arquivar.com.br/espaco_profissional/noticias/mercado-tecnologia/reduza-custos-com-a-ti-verde. Acessado em 20 de março de 2009.

VIOTTO, Jordana. TI Verde: muito discurso e pouca inovação. Disponível em: http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=47959.

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