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quinta-feira, 26 de março de 2009

Business Intelligence - BI

Um outro tema que considero muito importante para a integração da TI com o mercado e o mundo dos negócios é a BI. Ela será abordada neste e em muitos outros posts deste blog afim de deixá-los a par do assunto que é tão abordado e utilizado no mercado e muitos não sabem o que é e como é utilizado.

Para uma maior interação dos leitores com o assunto, começarei explanando o que é BI, através de um dos textos que fiz para utilizar no POCC(Progeto Orientado de Conclusão de Curso) que apresentei no último semestre na universidade. Espero que gostem!

Já abordava Sun Tzu, em seu livro A Arte da Guerra, que para suceder na guerra, a pessoa deve deter todo o conhecimento de suas fraquezas e virtudes, além de todo conhecimento das fraquezas e virtudes do inimigo. A falta deste conhecimento pode resultar em derrota.

Num mercado acirrado, como o mercado de negócios, a absorção de informações e a correta utilização destas, é ponto principal para que as organizações possam utiliza-las ganhando vantagem competitiva.

O grande problema, é que com o avanço da tecnologia e dos meios de tráfego de informação, vem se tornando a cada dia mais difícil absorver informações confiáveis. O volume de dados é grande, principalmente devido a grande facilidade que tem havido de disponibilização da informação.

Além do mais, pode-se perguntar, onde caberia armazenar este grande volume dados, como se obteria essas informações e como se faria o acesso otimizado as mesmas, dentro dessa imensidão de dados.

E é neste contexto que entra o Business Intelligence (BI). Indícios de sua aplicabilidade começaram a aparecer na década de 70, quando alguns produtos de BI "foram disponibilizados para os analistas de negócios. Entretanto, estes produtos exigiam intensa e exaustiva programação, não disponibilizava informação em tempo hábil e tinha alto custo de implantação" (QUEIROZ, 2002).

Business Intelligence

Como uma tecnologia para gerenciamento de informação, a BI pode ser descrita e vista sob vários aspectos.

Segundo Barbieri (2001), BI é a utilização de várias fontes de informação para se definir a estratégias de competitividade nos negócios da empresa, na qual uma de suas vertentes está relacionada ao apoio de subsídios e aos processos de tomada de decisões baseados em dados trabalhados especificamente para a busca de vantagens competitivas.

O termo foi instituído pela Gartner Group9 na década de 80, descrevendo as habilidades das organizações de obter, filtrar, trabalhar e manipular os dados, analisando-os a fim de extrair informações, que seriam monitoradas e compartilhadas, para se tornarem úteis ao ambiente empresarial.

Assim, pode-se traduzir o termo Business Intelligence como Inteligência de Negócios. Trata-se de um processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoração de informações que servirão de suporte a tomada de decisão na gestão de negócios. É um conjunto de ferramentas para definir as estratégias de competitividade de uma empresa. São sistemas de suporte para tomada de decisão (decision-support system).

É uma tecnologia que permite às empresas transformar os dados guardados em informações significativas. Permite também aos usuários analisar bases de dados para descobrir informações importantes, ajudando a organização na tomada decisões bem fundamentadas. Esta capacidade é conseguida através de várias funções, como a análise OLAP10 e o Data Mining11, que satisfazem as necessidades dos vários setores da empresa.

A importância do BI foi se tornando cada vez mais evidente, mas foi com o aparecimento da Internet que sua importância ganhou destaque. As organizações desenvolveram uma plataforma unificada para distribuir de forma facilitada a informação aos tomadores de decisão, pois a Internet fornece base para a troca de informação dentro e fora da empresa.

Ela abrange tecnologias, processos e melhores práticas que tragam à mão os indicadores chaves de desempenho e tornem a gerência pró-ativa do negócio uma realidade.

Entre milhares de tabelas e arquivos, ligadas por relacionamentos, estão escondidas as informações vitais para o desenvolvimento e a manutenibilidade de uma organização. "O maior objetivo das técnicas de BI, neste contexto, está exatamente na definição de regras e técnicas para a formatação adequada destes volumes de dados, com a finalidade de transformá-los em depósitos estruturados de informações, independente da sua origem"(REZENDE, 2005).

As organizações e o Business Intelligence

Segundo BARBIERI (2001) o universo empresarial hoje padece de um mal clássico. Possui uma montanha de dados nas enfrenta grande dificuldade na extração da informação a partir dela.

O advento de microcomputadores, o surgimento de bancos de dados relacionais, e a evolução das demais Tecnologias da Informação (TI) trouxeram grandes benefícios às organizações. Diante do aumento da complexidade dos negócios, são feitos grandes investimentos em ferramentas de TI. Essas ferramentas, antes tratadas como um luxo dentro das organizações, hoje elas são consideradas mais do que suporte, elas são consideradas "a chave mestra" em qualquer organização.

Devido ao fato de ser uma novidade no mercado e de haver pouca ou nenhuma experiência com esse tipo de ferramenta, as ferramentas do BI no início eram vistas com desconfiança. Com o passar do tempo às empresas, os processos, os sistemas e o próprio BI evoluíram, e ganharam à preferência dos clientes. Hoje, é praticamente inviável para organizações de maior porte e com um grande volume de dados, se manterem no ranking do mercado sem o auxilio da BI. Elas necessitam de um sistema de suporte à decisão eficaz e relevante, que tenham condições de gerir uma unidade de negócio de forma continuada para quase todos os níveis ou áreas da empresa de forma eficiente, eficaz e com o menor tempo possível.

A coleta de informação feita pelas organizações, vem com a finalidade de avaliar o ambiente empresarial, completando as informações com pesquisas de marketing, industriais e de mercado, além de análises competitivas.

"O objetivo das técnicas de Business Intelligence está na definição de técnicas para a formatação adequada destes volumes de dados, visando transforma-los em depósitos estruturados de informações, independentemente da sua origem. Para isso geralmente são usadas técnicas de busca da informação, como CI12, ou de amplas fontes conceituais, como o KMS13" (BARBIERI, 2001).

Organizações competitivas acumulam "inteligência" à medida que ganham sustentação na sua vantagem competitiva, podendo considerar tal inteligência como aspecto central para competir em alguns mercados.

Essas informações de BI geralmente são coletadas em um primeiro momento dentro das organizações e posteriormente em meios externos, no qual são incluídas as necessidades do consumidor, o processo de decisão do cliente, pressões competitivas, condições industriais relevantes, aspectos econômicos, tecnológicos e tendências culturais.

Os sistemas de BI vão ter suas metas adequadas às necessidades das empresas e a sua visão de negócio. As grandes vantagens que advêm do uso desta tecnologia tem a ver principalmente com o acesso a informações de qualidade que permitem às empresas conhecerem melhor sua realidade, tornando possível a obtenção de indicadores que possibilitem uma melhora do desempenho e inovações tão necessárias ao seu crescimento.

Tecnologia do Business Intelligence

O foco da BI é tornar evidente, através de suas tecnologias, informações que em sua maioria ficam perdidas no meio da imensidão dos dados armazenados pela organização, muitas vezes dispersos em diferentes tabelas, bancos e arquivos. o processo de BI realça os dados dentro da informação e também dentro do conhecimento.

Para a junção, armazenamento e tratamento desses dados o BI utiliza de softwares ou outras tecnologias, que irão corrigir a performance de gerenciamento do negócio, ajudando na tomada de melhores decisões, devido à exatidão e relevância das informações resultantes.

Basicamente no BI, tem-se as ferramentas de armazenamento, também chamados repositórios de dados, Data Warehouse (DW) e Data Marts (DM), e as ferramentas de interpretação dos dados, como é o caso das ferramentas OLAP e do Data Mining.

Podemos também classificar essas ferramentas segundo a abordagem de BARBIERI (2001), como ferramentas de construção, de gerência e de uso. As ferramentas de construção auxiliam na extração dos dados, de fontes diversas, no seu tratamento, transformação e na sua carga na estruturação final do DW. Elas facilitam a busca em ambientes heterogêneos. As de gerência auxiliam no armazenamento e na utilização do DW. Finalmente as ferramentas de uso, também denominadas front-end14, são as ferramentas por onde os usuários manipulam os dados no DW e obtém as informações requeridas.

Indiferente da classificação adotada, a utilização dessas ferramentas envolvem ganhos enormes, pois elas proporcionam uma maior agilidade no acesso às informações, na automatização de processos reporting15 e na descentralização do acesso à informação. Uma de suas maiores vantagens, se não a maior, é o fato de estas ferramentas propiciarem a uniformização da informação, permitindo que a organização se baseie em uma verdade única, fazendo com que todos dentro da organização vivam e trabalhem com uma mesma realidade.

Além disso, estas ferramentas propiciam a visualização simplificada de resultados por meio de gráficos de desempenho, potenciais de risco, desvio do planejamento, capacidade de evolução, entre outros, possibilitando um melhor entendimento e uma maior contextualização com o ambiente, interno e externo, e desta forma, contribuem auxiliando na gestão e na tomada de decisão. Elas trazem também as vantagens em curto prazo, tais como detecção de fraudes, análise de impacto das decisões tomadas e informações que sustentem correções imediatas.

Através dessas ferramentas, os gestores do BI criam sistemas que se adequam às necessidades da organização, através da integração de múltiplas fontes de dados, da análise dos dados contextualizados, das relações de causa e efeito encontradas nesses dados, das informações obtidas trabalhando até mesmo em cima de hipóteses e através do uso da experiência com a realidade da empresa, com o mercado e com a manipulação das ferramentas, o que, na maioria dos casos, contribui muito para o sucesso da implantação desta tecnologia.

O que acontece, é que, para se obter grandes resultados é necessário um grande empenho e grandes sacrifícios. A implantação dos sistemas e padrões de BI traz redução dos custos, retorno de investimentos mais rápidos (ROI), maior controle dos dados e menor inconsistência, facilidade de acesso, melhor alinhamento com usuários corporativos, controle de segurança, entre muitos outros benefícios.

Disso já se pode tirar, a implantação do BI é trabalhosa, demorada e cara. O que leva muitos projetos a acabarem antes mesmo de começarem. Existem muitas empresas que ainda não utilizam técnicas e processos de BI, principalmente pelo fato de muitos executivos de pequenas empresas ainda terem cultura de tenderem para soluções mais baratas e com uma resposta inicial mais rápida. Além disso, devido a grande complexidade, afinal no BI não utiliza-se mais a modelagem de dados relacional, e sim a modelagem dimensional, as consultas são mais demoradas, podendo as vezes congestionar a rede de dados. Sua implantação demanda treinamento específico e o produto ainda não é bem divulgado, o que em alguns casos dificulta a aceitação.

O que há de se convir, é que o barato às vezes sai caro. O melhor a se fazer é olhar o Bussiness Intelligence não como um custo, mas como um investimento que pode dar bons frutos a médio e longo prazo.


REFERÊNCIAS

BARBIERI, Carlos. BI - Business Intelligence - Modelagem & Tecnologia. São Paulo: Axcel Books, 2001.

BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistema de Informação : o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento – São Paulo: Saraiva, 2004.

Interativa. Conhecimento e Inteligência Empresarial. Disponível em: http://internativa.com.br/artigo_conhecimento_03.html. Acessado em: 11/11/2008.

QUEIROZ, Jander Rodrigues de. Unitri. Estudo comparativo de ferramentas de Business Intelligence. 2002. Disponível em: http://computacao.unitri.edu.br/ downloads/monografia/53791129406131.pdf. Acessado em: 12/07/08.

Revista de Negócios em Telecomunicações. Negócios com Mobilidade. Diponível em: http://www.rnt.com.br/edicao0309/capa01.asp. Acessado em: 06/09/2008.

REZENDE, Ricardo. Conceitos Fundamentais de Banco de Dados - Parte 2. Disponível em: http://www.sqlmagazine.com.br/Colunistas/RicardoRezende/03 _ConceitosBD_P2.asp. Acessado em: 17/10/2008.

REZENDE, Solange Oliveira. Mineração de Dados. Mini-curso V ENIA. São Leopoldo: Unisinos, 2005.

4 comentários:

Herberth Amaral disse...

Olá Winnie.

Fale depois sobre outros temas relacionados, tipo ERP e todos os seus componentes. Seria algo interessante pra abordar :)

Anônimo disse...

Olá

Você apenas copiou as explicações que estão nos livros e sites. Assim é fácil.
Então me responda com suas palavras: É possivel construir um núcleo de BI barato, eficaz e com relevância negocial?

Unknown disse...

Prezado, assim intitulado, Anônimo,

Ainda não tive a oportunidade de trabalhar diretamente com BI, portanto, minha resposta pode não ser tão precisa quanto você deseja.

O custo e o prazo para a implantação de Núcleo de BI em uma empresa, vai depender de uma série de fatores, tais como porte da empresa, setores nos quais se deseja dar mais foco, pessoal capacitado, distribuição da informação, verba disponível, mentalidade do CEO e/ou CIO da empresa, área de atuação, integração da equipe, mentalidade da equipe de trabalho, necessidade ou não de treinamento/ contratação de profissionais capacitados, entre outros.

Acredito que a relevância do núcleo de BI dentro das organizações não se da pelas ferramentas (caras, baratas ou gratuitas0 que utilizamos, mas sim, pela capacidade, nível de instrução e visão do profissional contratado. O mais caro então, passa a ser a mão-de-obra, e não a ferramenta.

A pesar da criação de um núcleo de BI usualmente ser custosa e demorada, é sim possivel, em alguns casos, uma implantação barata, relevante e eficaz. Posso sugerir, por exemplo, uma boa utilização da BI para uma empresa de pequeno porte: a criação e implantação de um DW. Para construir um DW em uma empresa de pequeno porte, você pode utilizar bancos e ferramentas gratuitas, como o Postgree e a OLAP, trabalhar com uma equipe de numero reduzido, e sendo sua equipe capacitada e dotada de uma boa visão, a modelagem será bem feita e gerará informações úteis e relevantes ao negócio, com as informações disponíveis, na base de dados disponível e no mercado. Mas como eu já havia mencionado anteriormente, sem uma experiência e sem um conhecimento prévio do porte e da situação da empresa, torna-se inviável ser especifico na resposta, até porque, o caro e o barato, tornam-se relativos ante os pontos que forem levantados e o retorno gerado.

Gostaria de frisar que o intuito deste blog, é de divulgar as teorias e as práticas utilizadas pelos gestores de TI no mundo corporativo. Isto é um blog, não um livro ou tutorial.
Desde já agradeço a participação.

Att,

--
Winnie Miranda
Analista de Sistemas

Allan Puertas disse...

ola Winnie,

gostei muito da abordagem que vc fez sobre TI e BI e concordo com os itens citados.
Me identifiquei bastante com esse tema, pois estou no 3º ano de Sistemas de Informação e faço estagio em um departamente de suprimentos corporativo de uma multinacional francesa com filial no Brasil, com compras desde automação à perifericos. Hoje o setor de BI se faz necessário nas grandes empresas, a internet e o profissional qualificado são as maiores ferramentas para esse setor ser bem sucedido.

Parabens pela iniciativa em passar informações de qualidade, desejo muito sucesso a você!