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sábado, 21 de março de 2009

Governança

Ao navegar pela Web, você ja pode observar em algumas reportagens, ou textos científicos, a presença do termo "Governança". Mas, afinal, o que seria governança?

Partindo do significado da palavra, governança é o mesmo que "governo; administração; gestão; ato ou efeito de governar". Mas simplesmente jogar essas palavras, fora de um contexto especifico, deixa o seu entendimento muito vago.

Falamos de Governança para posteriormente podermos discorrer sobre a Governança de TI, afinal, não faz sentido o entendimento da Governança de TI sem antes entendermos o que é a Governança Corporativa e onde estas formas de governaça se relacionam. Logo, a base do nosso conceito de governança se dará em cima do conceito de Governança Corporativa.

A governança corporativa é uma má tradução da expressão inglesa corporate governance. A origem é o verbo latino gubernare, que significa governar, ou dirigir, guiar. O significado, meio vago, é o sistema pelo qual os acionistas de uma empresa governam, administram sua empresa. É um sistema que, usando principalmente o Conselho de Administração (Board of Directors), a Auditoria Externa e, às vezes, o Conselho Fiscal, que ao contrário do de Administração não é obrigatório, estabelece regras e poderes para Conselho, seus comitês, e diretoria, evitando os abusos de poder tão comuns no passado. Ela também cria instrumentos de fiscalização da diretoria.

Não se sabe ao certo quando ela surgiu, mas sabe-se que o destaque do movimento “se deu em decorrência de alguns escândalos, como o caso Guinness na Inglaterra, e de algumas companhias importantíssimas que quase foram a falência, como IBM e General Motors, sem que o Conselho tivesse feito coisa alguma. De repente o mundo (ou melhor, os grandes investidores institucionais) percebeu que algo estava errado. O Conselho não estava cumprindo sua obrigação e com isso se deu início a uma série de pesquisas sobre como a coisa estava funcionando, e a pressão para as grandes empresas mudarem seus comportamentos nocivos” VIDIGAL (2007) e que seu ápice ocorreu por volta de 2002, com os escândalos financeiros das empresas Eron e WordCom. A gravidade dos impactos financeiros foi tão alta, que há quem diga, que este foi o segundo maior escândalo financeiro depois da Crise de 1929. O setor corporativo começou a passar por uma enorme crise de confiança, as ações caíram assustadoramente e as movimentações financeiras a partir daí começaram a se inspecionadas de perto.

A repercussão a nível mundial desse escândalo e as graves fraudes financeiras, levaram o Congresso americano a aprovar a Lei Sarbanes Oxley, proposta pelo Senador Paul Sarbanes e pelo deputado Michael Oxley, daí o nome de Lei Sarbanes Oxley.

Essa Lei, também conhecida por SOX, tornou obrigatória a implantação de práticas de governança nas organizações, exigindo a melhoria dos controles internos, tornando-os mais eficazes e transparentes.

Como é a Governança que possibilita a criação de condições propícias para evitar problemas antes que eles ocorram, de minimizá-los uma vez que tenham ocorrido, e de promover, em termos gerais, padrões de comportamento universais, em benefício de gerações futuras, implantar a governança torna os negócios mais seguros e menos expostos a riscos. Uma melhor organização, estruturação e gestão dos dados correntes na organização contribuem para a diminuição das perdas e para um aumento da produtividade e lucratividade. Torna a organização mais agradável para se trabalhar, devido a uma melhor organização e uma maior facilidade de acesso às informações, e possibilita uma melhor comunicação entre os diversos setores da organização.

Segundo O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), "Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade".

REFERÊNCIAS

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa . Disponível em: http://www.ibgc.org.br/Home.aspx. Acessado em 14/04/2008.

VIDIGAL. Antônio Carlos. Opinião e Notícia.Governança Corporativa no Brasil. 2007. Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=12223. Acessado em: 12/10/2008.

No nosso próximo tópico, abordaremos a Governança de TI.

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